segunda-feira, julho 03, 2006

Enquanto isso...

Recebi um texto por e-mail, de um amigo virtual, falando acerca das relações amorosas a partir desse milênio. Discorria sobre os papéis sociais e de como homens e mulheres deveriam se livrar das dependências que desenvolvem nas relações. Gostei do texto porque ele investe na necessidade de construirmos nossas identidades individuais (afinal nem sei mais o que é coletivo e o que é loucura). De que apenas pessoas inteiras viveriam relacionamentos saudáveis e a convivência com a solidão nos daria dignidade, por termos de conviver conosco e vermos no outro apenas"um companheiro de viagem".
Num dado momento o autor, provavelmente libanês, diz : "
Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e do respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...". Foi nesse momento da minha leitura que percebi o quanto ainda tenho de aprender a me perdoar. Sei que desenvolvi um medo enorme das relações e talvez por isso sempre as aborte. Cada vez com uma justificativa diferente...
Essa reflexão, até então intangível, me faz ver que essa culpa pesando sobre meus ombros não é minha. Ela foi nossa, num plural distante no tempo/espaço. E nesse momento-agora não é, ainda sendo, na medida que passou turvando minha visão. Talvez este tenha sido apenas um exercício inicial para "curar-me". Isso é muito provável. No entanto, algo posso afirmar com certeza : A de que o mundo virtual pode trazer gratas surpresas. A amizade é uma delas. Obrigada, amigo- menino-homem. Esse texto é para você!

Um comentário:

alexkoti disse...

É...penso que pra mim a parte mais difícil é me perdoar, a dor sempre é grande, acho que nunca consegui de verdade. Mas também penso que jamais devemos apagar as coisas que passamos, porque sempre deixamos pedaços da gente com os outros, e quando alguém esquece, é como se um pedacinho de nós sumisse junto.

Igual a uma historia de um mago que trocava com demônios memórias da própria vida em troca de poder. Um dia ele se tornou o mago mais poderoso de todos os tempos, mas ele já não se lembrava mais de quem era.

Lendo seus textos cada vez mais mais percebo porque você gosta tanto da Clarisse Lispector.
beijos!alex