sexta-feira, fevereiro 15, 2008

É...


Não é fácil ser mãe separada, decidir sobre os rumos das vidas dos filhos. Essa semana tive de manter a mais difícil decisão desses 20, quase 21 anos, em que sou mãe.

Acreditava que poderia ser mais amiga que mãe, para estar mais próxima, sem mentiras ou imposições. Tentar contribuir para construir uma pessoa inteira, com forte possibilidade de ser feliz, apesar desse mundo louco, contraditório e insensato em que vivemos.

Enganei-me. Super-protegi, tentando minimizar a dor das situações pelas quais ele passou... Enquanto ele testava os limites eu, ao invés de manter com firmeza a decisão que tomara, cedia, pensando na forma como ele sentiria-se na situação, afinal me colocava em seu lugar...

Um erro. Fazer isso significou negar-lhe o direito de amadurecer, tranquei-o numa redoma, sem chaves. Numa redoma livre demais, ampla, sem limites. Limites, eles de novo.

Diante da minha incapacidade decidi que ele moraria com o pai. Numa casa maior, com seu próprio espaço, trabalhando, estudando, com horários pré-estabelecidos, mas numa outra cidade... Já chorei muito essa semana, faltei ao trabalho mais do que deveria...

Ele joga pesado, é firme o danado. Tem um caráter ilibado, é inteligente, bonito, mas precisava de uma mãe que não consegui ser...Quero muito sua felicidade e esse rito de passagem é inevitável para sua vida adulta.

Por isso já disse outro dia. Parir é fácil difícil é decidir tudo depois...

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Quantas máscaras serão necessárias???


Limites. Sempre tive dificuldade em estabelecê-los. Sempre. Durante longo tempo oscilei entre o tudo e o nada. Nunca havia aprendido a possibilidade das alternativas constantes no "meio de campo". Tem sido um aprendizado.

Em que pese meus obstáculos nessa seara, sinto pena daqueles que se omitem. Dos que escondem suas debilidades numa aparente ingenuidade, num pseudo-zelo com alhures, deixando suas feridas expostas, sangrando, fazendo de conta que inexistem.

Conheço gente assim. Pessoa que traduz medo e vergonha num risco calculado, num espaço para boas manobras. Usando álibis socialmente confortáveis. E tudo caminha assim, como se fosse verdade, como se não houvesse irresponsabilidade no envolvimento dos que chegam.

Diz-lhe o que quer. Essa agri-doce tautologia. Acredita a conveniência.

No entanto, como a vida insiste em "pregar peças" um dia a corda quebra, como já quebrou e quebrará. Aquilo que é latente se não bem soterrado teima em REspirar...O inconsciente é buliçoso.

Essas máscaras são engendradas pelos covardes, uma espécie consciente de sua hipocrisia.