segunda-feira, junho 26, 2006

Cumplicidade

Chego em casa e não encontro ninguém, apenas minha gata vem ao meu encontro. Deixo a penumbra cobrir-me e ouço o final da tarde. Domingos são sempre silenciosos. Os carros do Minhocão cedem lugar às pessoas: uns caminham, outros namoram, crianças correm libertas dos apartamentos e do caos urbano. Confesso que já tentei livrar-me dele, mas sua química combina com a minha. Parece um vício o qual não consigo libertar-me. Nem tento mais. Deito em seu colo e nele ganho vida. Esse caos me acolhe, nele sinto-me em casa. Essa contradição urbana me saúda há muitos anos e compõe meu DNA.
Caminho até a janela e imagino diálogos adivinhando pessoas. Amplio minha visão e vejo São Paulo. Ela me olha de volta piscando com cumplicidade. Sorrio em paz. Mais um dia se foi...

2 comentários:

alexkoti disse...

Nossa!!!!!!!! Essa foi a melhor, tem aquilo que te falei, lembra? De dizer contar o todo pelos detalhes? Puxa, até te imaginei soprando a fumaça de uma xicara de café...

bj! alex

Anônimo disse...

Li tudo. Pensei um pouco numa definição. Definições foram feitas para serem repelidas. Aí pensei: essa menina tem um lirismo desconcetante. É, vc tem...

Bjs
Manu