terça-feira, agosto 01, 2006

Destroços.


Seria lugar comum falar sobre a violência nos dias de hoje. O que me nego a fazer é deixá-la pairando no ar, de forma genérica. Ela é construção humana feita para humanos. Tem classe social, métodos e objetivos. Para todos os lados que se olhe.
Há interesses de classe em Israel invadir o Líbano, na concordância do governo libanês a essa ação, no apoio dos EUA, da mesma forma que há no financiamento do Irã ao Hizbollah, da Síria (que tem as colinas de Golã ocupadas por Israel, inclusive).
As burguesias dos países árabes aliam-se quando convêm a um dos lados, ao longo do tempo.
Enquanto isso trabalhadores morrem. Centenas de milhares de pessoas têm suas vidas destroçadas, estão desabrigadas e formarão os mais novos indigentes da História. Já nem falo da repulsa que causa toda essa barbárie no massacre das 37 crianças. Morreram sem nem saber o que acontecia, nem chegarão a escolher o que fazer diante desses fatos.
O Brasil já pensa na possibilidade de compor uma missão no Líbano, espera apenas a ordem dos EUA, mascarada num possível cessar-fogo. Os jornais já cogitam essa possiblidade, através da troca dos dois soldados israelenses por prisioneiros do Hizbollah. A ONU faz o que seu dono mandar, como sempre foi e será. Chegamos ao ponto onde tudo começou e os trabalhadores libaneses transformam-se em peças descartáveis nesse jogo de poder. Essa é a lógica do capital, tenha ele a religião e a pátria que for...

Um comentário:

alexkoti disse...

Mas Cíntia, mesmo sem essas logicas do capital essas pessoas se odeiam.