sábado, dezembro 09, 2006

Oaxaca livre!


"COPAI-México.

I. A Outra Campanha no norte do México: dizer "Oaxaca" em cima ou em baixo

Centenas de detidos e detidas ilegalmente, dezenas de desaparecidos, torturas, golpes. Homens e mulheres jovens, indígenas, meninos e meninas, anciãos e anciãs. Como quem diz: o povo oaxaqueño de baixo. Em cima a Polícia Federal Preventiva, os paramilitares de Ulises Ruiz, os grandes meios de comunicação, a classe política.

Calar frente a isso é dizer "Oaxaca" de cima, e de cima fazer os clientes contentes... e idiotas

Porque lá em cima se apressam em declarar que tudo voltou a normalidade e que o "conflito" está controlado porque foram detidos "os dirigentes", como se esse movimento tivesse "líderes" para serem comprados ou presos ou mortos. Dizem que agora é necessário se voltar para o outro lado. Quer dizer, não deixar de olhar para cima, para a parafernália do poder político, para suas simulações, sua aparência de que mandam e ordenam enquanto o verdadeiro Poder dá a ordem do dia a seus meios de comunicação, comentaristas. locutores, artistas, intelctuais, chefes de polícia, militares e paramilitares.

Dizer "Oaxaca" de baixo é dizer companheira e companheiro, é acolher quem é perseguido, é mobilizar as forças próprias para a apresentação dos desaparecidos, para a libertação das detidas e dos detidos, é informar, é chamar a solidariedade e o apoio internacional, é não calar, é dizer esta dor do sul e indicar que se extende por todo o país e mais além das fronteiras dos quatro lados, como se fosse por baixo por onde se nomeiam, se falam, se escutam, se caminham as dores.

Oaxaca se extende na dor, mas também na luta. Pedaçoes deste povo, como se de um quebra-cabeças de tratasse, se espalham por tod o território nacional e mais além de um limite geográfico que, ao menos no norte, é mais ridículo do que nunca.

Durante os dois meses que caminhamos nas diferentes esquinas do norte mexicano, Oaxaca foi aparecendo uma e outra vez. E se vestia de dor e raiva, e nos falava e nos olhava.

E a Outra escutou e escuta, e estende os braços como estenderam, em solidariedade com Oaxaca, os limites de zapatistas que em duas ocasiões paralizaram as estradas de Chiapas, e as Outras em todos os rincões do México de Baixo, e os outros e outras nas esquinas do mundo. Como os estendem. Como continuarão estendendo embora ninguém leve em conta, como não seja o espelho fragmentado que somos quem ninguém somos.

Diante de Oaxaca, para Oaxaca e por Oaxaca, dizemos:

COMUNICADO DO COMITÊ CLANDESTINO REVOLUCIONÁRIO INDÍGENA - COMANDO GERAL DO EXÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL. MÉXICO.

2 de dezembro de 2006."

Fonte : Centro de Mídia independente - www.midiaindependente.org

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