domingo, maio 21, 2006

Coisas


Tem coisas que são complexas, difíceis de entender...Com certeza viver é uma delas. Coisinha complicada essa. Talvez seja por causa dessa minha maldita mania de pensar. Tem gente que não faz isso e me parece mais feliz. Não sei. Não tenho essa opção.
Outra hora estava conversando com um amigo, desses que a gente faz força para não perder, porque são importantes e pensam também, e lá pelas tantas esbarramos na questão do respeito. Ele o definiu ser " como uma lata de tinta. Você usa para cobrir de respeito algo, depois a lata seca. O que você pintou continua lá, até que a tinta descasque." Gostei dessa definição, achei bonita, sincera e dolorida. Ela me incomodou muito. Se respeito for isso, qual seria minha cota? a teria usado toda? Quando a tinta descascar de que forma vou perceber as pessoas as quais pintei? Respostas que não sei.
Olhei em volta e automaticamente fiquei pensando no que acho desse lance e só consegui constatar minha ingenuidade em permanecer respeitando, ao longo da minha vida , quem eu admiro de alguma forma. Sem cotas nem quantias.
Essa conversa me fez lembrar das pessoas que um dia respeitei e não o faço mais. Avaliei que essa mudança não tinha a ver com minha capacidade de respeito, assim no abstrato, mas com minha relação com tais pessoas. Com perceber nelas pequenas janelas de comportamentos e de formas de pensar o mundo que desconhecia, e que discordei. Quando essas janelas foram crescendo e tornando-se insuportáveis, aconteceu.
Óbvio que tem muita gente que nem perco meu tempo, aliás acho de um humanismo capenga quando dizem "que respeitam alguém por ser humano". Isso nunca me convenceu...
E não vai ser agora. Afinal, nem todo mundo é mesmo humano. Algumas pessoas vestem as roupas e passam o verniz, no entanto, o cheiro fétido permanece.
Apesar disso sou obrigada a assumir que
talvez tenha uma "cota" de respeito muito grande para gastar em gente que ainda vale a pena.

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